Toth Pet

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Obrigado Humanos: Puma Concolor é oficialmente declarado extinto

   O animal foi visto pela última vez há quase 77 anos, o Puma Cougar *Puma concolor* oriental era vítima incessante de caçadores e foi completamente eliminado, de acordo com o US Fish and Wildlife Service. Após uma revisão de 4 anos, o Wildlife Service vai remover o animal no mês que vem da sua lista de espécies ameaçadas, já que ele estava nos últimos 43 anos. Com a medida, o felino, que já habitou a América do Norte, do Canadá à Carolina do Sul, nos EUA, não mais será considerado uma espécie em perigo. Junto com suas primas panteras, o puma concolor já foi um dos mamíferos terrestres melhor distribuídos no ocidente, mas, de acordo com biólogos, acabou restrito a um terço do território que já ocupou por conta das invasões humanas e desmatamentos.
O último registro confirmado de um puma cougar do Leste foi em 1938, o animal em questão estava morto. Antes, um deles foi visto em Nova Brunswick, no Canadá, em 1932. O animal foi exterminado por imigrantes europeus, que o eliminavam sob a alegação de autoproteção. Além disso, seu desaparecimento tem a ver com o desflorestamento ocorrido na região, que também levou a sua principal presa, o veado-de-cauda-branca, à extinção.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Animais não são coisas, decide comissão de constituição e justiça do senado

Projeto de autoria do senador Antonio Anastasia foi aprovado conclusivamente e segue agora para a Câmara dos Deputados.

MG animais nao sao coisas justica

Pelo texto, os animais não podem ser tratados como coisas. 

Os senadores da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal aprovaram, nesta quarta-feira, por unanimidade, o Projeto de Lei (PLS 351/2015) que define no Código Civil brasileiro que os animais não serão considerados coisas. A proposta segue agora para apreciação na Câmara dos Deputados.

De autoria do senador Antonio Anastasia (PSDB/MG), o texto muda o status dos animais no código civil, o que abre portas para futuros direitos dos bichos. “Infelizmente, não são poucas as pessoas que tratam animais como elementos descartáveis. Ignoram que eles sentem dor, frio, que têm necessidades. E a lei hoje também assim os trata. É isso que estamos mudando agora, a exemplo de Países com legislação mais evoluída neste tema”, afirmou.

Para o senador mineiro, este é apenas um primeiro passo, mas muito relevante, para que os animais adquiram também no Brasil um novo status. “Ao assegurar que os animais não serão tratados como coisas, começamos a abrir uma série de possibilidades novas para garantir a eles mais direitos, vedando o descuido, o abuso, o abandono. Proteger os animais é estimular uma sociedade de paz e tolerância. Significa, portanto, cuidar também dos humanos”, disse.

Em dezembro do ano passado, em decisão inédita da Justiça da Argentina, uma orangotango foi reconhecida como “pessoa não-humana” e, com isso, teve aceito um pedido de habeas corpus – impetrado por advogados da causa animal – para deixar o zoológico em que viveu confinada por mais de 20 anos e vir para um santuário de animais no Brasil. Na justificativa do projeto, Anastasia diz que falta no Brasil uma categoria de direitos atinentes à tutela do animal como ser vivo e essencial em sua dignidade, como ocorre na legislação de países europeus. A lei alemã estabelece a categoria “animais”, intermediária entre coisas e pessoas. A Suíça e a Áustria também colocaram na lei que os animais não são coisas.

A ideia, porém, é evoluir para uma legislação como a da França, que em 28 de janeiro deste ano fez constar do seu código civil que os animais são “seres vivos dotados de sensibilidade”.

Fonte: http://www.olharanimal.org/acoes-publicas/8822-animais-nao-sao-coisas-decide-comissao-de-constituicao-e-justica-do-senado

domingo, 25 de outubro de 2015

Animais podem ser resgatados de maus-tratos sem mandado judicial

    É muito comum nas nossas cidades nos depararmos com aquela cena do vizinho que se muda ou se ausenta por longo período e deixa seu pobre e indefeso cão condenado à própria sorte, sob o frio e chuva, sem água e nem comida. Comovidos com a dor e sofrimento diário do bichinho, a vizinhança e transeuntes tentam alimentá-lo, já outros denunciam o abandono à polícia ou desabafam nas redes sociais.



   Temendo a questão legal da inviolabilidade do domicílio alheio, a maioria das pessoas refutam a ideia de promover o pronto e imediato resgate do animal. Esperam por uma providência do Poder Público, tentam contactar o dono do imóvel ou algum parente conhecido que tenha autorização de lá ingressar sem problemas. Enquanto isso, os maus-tratos vão devorando a saúde do cão que, debilitado, parece sucumbir à negligência de seu proprietário.

   Acontece que a regra da inviolabilidade do domicílio, assim como qualquer outra disposta nas nossas leis vigentes, não é absoluta. A própria Constituição Federal é clara ao proclamar que a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito. Igualmente, o Código Penal, após tipificar o delito de violação de domicílio, faz a ressalva de que não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.

   Acertadamente, nossa legislação não elegeu quais infrações penais seriam autorizativas da invasão do domicílio alheio, foi genérica e abrangente. Aí, naturalmente, incluindo os delitos derivados de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, fauna e flora, como, p. Ex., o crime da prática de ato de abuso, maus-tratos, ferimento ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos - Art. 32, da Lei 9.605/98.

   Para quem não é acostumado ao juridiquês, bom ressaltar que o crime do Art. 32 da Lei de Crimes Ambientais possui elementar que pode perfeitamente classificá-lo como crime omissivo permanente, qual seja, "maus-tratos”. O Dicionário Priberam Eletrônico assim define maus-tratos: "conjunto de ações ou comportamentos infligidos a outrem e que colocam em perigo a sua saúde ou integridade física e que constitui delito (pode incluir trabalho impróprio ou excessivo, castigos físicos ou outras punições, alimentação insuficiente, negligência nos cuidados de saúde etc)”.

Assim, em síntese, enquanto não cessada a omissão e negligência do dono do animal em situação de grave e periclitante abandono, o crime se protrai no tempo, podendo o sujeito ativo do delito receber voz de prisão em flagrante a qualquer momento, cessando a consumação do crime.

O Código de Processo Penal também chancela a conduta de resgate do animal vítima de maus-tratos, na modalidade omissiva permanente. Prescrevendo que qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Ao arremate, esclarece esse Diploma que nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência (Art. 303).

Em conclusão, a garantia (não-absoluta e flexível) da inviolabilidade do domicílio fica condicionada ao atendimento das leis do País, abrangido o respeito, amor e dedicação aos animais e suas necessidades básicas de uma existência digna.

Caso contrário, o flagrante delito contra o meio ambiente deverá ser contido por pessoa, entidade ou órgão habilitado a promover o resgate do animal, sem excessos, lavrando-se, ato contínuo,a ocorrência policial, para responsabilização civil, penal e administrativa do agente descuidado.

Fonte: http://juizdeforasegura.blogspot.com.br/2015/03/animais-podem-ser-resgatados-de-maus.html

Mudança urgente do Código Civil Brasileiro

passando os Animais de Bem semovente para Seres Sencientes

Não da mais pra ficar sem falar!

É impossível fingir que nada esta acontecendo.

O aumento de maus tratos e abandono dos animais é cada vez mais frequente.

Ver noticiários, ler jornais e abrir as paginas de nossas redes sociais, esta cada vez mais sangrenta, precisamos nos mobilizar e fazer alguma coisa!

A força da proteção animal cresce a cada dia, mas isoladamente, ou seja, cada um fazendo , literalmente, seu quinhão.

Precisamos de uma associação de forças!

Precisamos gritar e clamar a nossos dirigentes que o animal é um ser SENCIENTE, ele tem sim sentimentos, sentem dor, tem inteligencia e sentem E DÃO AMOR .

Precisamos lutar para a mudança imediata do CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO, tirando o animal DA CONDIÇÃO DE BEM semovente(COISA, OBJETO) , para que as nossas Leis sejam cumpridas de forma correta e eficaz.

Precisamos urgente nos unir e criar uma classe de Protetores, juntar as ONGs e gritar a todos que queremos solução!!!!Nos podemos mudar SIM essa historia, basta todos lutarem juntos pela mesma causa.

Você protetor esta disposto a isso?

Vamos nos unir?

Vamos gritar juntos?

Gostaria que essa mensagem pudesse chegar ao maior numero possível de Protetores e simpatizantes da causa animal, para que todos juntos chegássemos a nosso maior objetivo:QUE OS ANIMAIS TENHAM UMA VIDA DIGNA E DE RESPEITO!!! Chega de lutarmos isoladamente, vamos juntar todos os protetores do Brasil e fazer com que o Estado cumpra seu papel de tutor conforme descrito na nossa Carta Magna.

VAMOS EXIGIR A MUDANÇA NO CONGRESSO NACIONAL!!!!

"Discriminar um animal senciente apenas porque ele não é humano configura um caso de especismo, que o filósofo põe no mesmo patamar do racismo ou do escravismo, classificações não exatamente abonadoras". Folha de São Paulo, 11/02/2010
 
Leiam esse  brilhantemente artigo, escrito e explicado, pelo Dr.Léo Rosa:
 
No Direito brasileiro, os animais são considerados bens móveis. Há uma parte do Código Civil que trata Do Direito das Coisas. Animais, em sendo bens móveis, têm seu regime jurídico estabelecido nessa parte do Código. Animal, pois, é havido como uma coisa. Coisa tem dono. Dono, nos limites legais, dispõe de suas propriedades.

Tecnicamente um animal é considerado um semovente. Semovente é o bem móvel que possui movimento próprio, podendo ser um bicho selvagem ou domesticado. Um animal também é considerado um bem fungível. Quer dizer: ele não tem um valor particular, podendo ser substituído por outro da mesma espécie, qualidade e valor.

Temos várias leis especiais que protegem os animais. Essas leis, contudo, não elencam propriamente um direito dos bichos, dado que eles não seriam sujeitos reconhecidos de Direito. As leis que os protegem são comandos dirigidos aos humanos, fazendo restrições às tantas maldades que a nossa espécie lhes perpetra.

Quer dizer, no Brasil, o regime jurídico estabelecido para os animais é uma série de regras para os humanos, dado que os animais não são havidos com um valor intrínseco por tão-só existirem. A Justiça brasileira, inclusive, já teve oportunidade de apreciar Habeas Corpus requerido em favor de um macaco, recusando-o.

O HC foi impetrado no TJRJ a favor de um chimpanzé de nome Jimmy, que vivia à época isolado em uma jaula de zoológico em Niterói. Jimmy era pintor, e com exposições realizadas. Bem, o relator do HC votou pelo não conhecimento da medida, dado que tal remédio jurídico somente seria cabível em favor de seres humanos.

“Embora alegasse estar sensibilizado com o caso, sob o fundamento de que, tendo apenas 99,4% de seu DNA idêntico ao ser humano, o relator sustentou que o mesmo não poderia ser considerado sujeito de direitos. Logo, o macaco não é ninguém, na opinião do Poder Judiciário fluminense” (L F Sgarbossa, http://migre.me/oxsmi).

Com histórica decisão em mão contrária, contudo, tribunal argentino inverte essa concepção e reconhece animais como sujeitos de direitos. Foi impetrado um Habeas Corpus em favor de Sandra, uma orangotango, objetivando reconhecimento de pessoa não humana e de garantia de seus direitos a uma vida física e psicológica digna.

O STJ da Argentina o deferiu: “A partir de uma interpretação jurídica dinâmica e não estática, é preciso reconhecer aos animais o caráter do sujeito de direito, pois os sujeitos não-humanos são titulares de direitos, pelo que se impõe sua proteção no âmbito das competências correspondentes” (L C B Canales, http://migre.me/oxtIc).

Agora, em releitura dos fundamentos da compreensão que há séculos se tem sobre os animais, o parlamento francês altera o Código Civil e os reconhece como seres sencientes. Animais têm sentimentos. Os bichos têm um novo status jurídico, já não são mais uma simples propriedade pessoal.

“Dessa forma, os animais não são mais definidos por valor de mercado ou de patrimônio, mas sim pelo seu valor intrínseco como sujeito de direito. Finalmente os parlamentares levaram em conta o estado da ciência e ética de uma sociedade do século 21” (A Avancini, http://migre.me/oxwHM).
Talvez não se perceba o significado ideológico dessas decisões que reconhecem os animais como pessoas que, embora não humanas, têm dignidade, na medida em que dotados de sentimentos. Isso é um passo determinante que a Teoria da Evolução dá sobre o território do Criacionismo.
Segundo as Escrituras, o deus semita teria dito: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movam rente ao chão” (http://migre.me/oxxgg).

Esse domínio é arrogância. “Mais compreendemos a mente animal, mais entendemos sobre nós mesmos. O perfil de conectividade dos neurônios é basicamente similar, afirma F-X Neubert, neuropsicólogo de Oxford”. (P Oliveto, http://migre.me/oxxYz). Somos semelhantes, quase iguais. Somos todos animais. O Direito o reconhece.

Léo Rosa

Doutor e Mestre em Direito pela UFSC. Especialista em Administração de Empresas e em Economia. Professor da Unisul. Advogado, Psicólogo e Jornalista.
 
Acompanhem a evolução da Petição pelo Facebook https://www.facebook.com/resgatedosanjosdepelo

Fonte: https://www.change.org/p/congresso-nacional-aprovem-a-pl-6799-13-mundando-a-condi%C3%A7ao-dos-animais-dom%C3%A9sticos-e-silvestres-para-seres-sencientes?recruiter=7170098&utm_source=share_petition&utm_medium=facebook&utm_campaign=autopublish&utm_term=mob-xs-share_petition-no_msg

Gol passa a transportar cães e gatos de pequeno porte na cabine do avião

A medida entrou em vigor na quarta-feira (11) e permite que cães e gatos de até 10 quilos (incluindo o peso do kennel) possam viajar na cabine.

A empresa aérea Gol passou a permitir que cães e gatos de pequeno porte sejam transportados na cabine, juntamente com o seu o tutor.
Agora é permitido viajar com cães e gatos de pequeno porte na cabine da Gol. Foto: Reprodução
Agora é permitido viajar com cães e gatos de pequeno porte na cabine da Gol. Foto: Reprodução
Até a mudança, que levou tempo considerável para acontecer e entrou em vigor na quarta-feira (11), apenas cães de serviço podiam viajar com seus tutores, com os animais de estimação viajando no porão do avião.
Os animais deverão estar limpos e saudáveis, com os tutores devendo apresentar a carteira de vacinas em dia e um atestado de sanidade do animal fornecido pelo médico veterinário, Secretaria de Agricultura Estadual ou Posto do Departamento de Defesa Animal, este documento precisando ter validade de no máximo 10 dias e ser emitido com 72 horas de antecedência.
Somente cachorros com no mínimo 4 meses e que, juntamente com a caixa de transporte, somarem 10 quilos, serão elegíveis à cabine.
A caixa de transporte deverá ter medidas máximas de 22cm de altura, 43cm de profundidade e 32cm de largura, conter os dados de contato do tutor e código da reserva.
Os animais deverão viajar embaixo do assento da frente, de preferência próximos a janela, para ficarem distantes de outros pets. Tanto o tutor quanto o pet não poderão sentar em saídas de emergência ou na primeira fileira, por questão de segurança.
Cada passageiro só poderá levar 1 animal, assim como só será permitido 1 pet por fileira, e no vôo inteiro serão permitidos um número máximo de 4 pets.
Os que desejam contratar o serviço, devem ligar para o telefone 0300 101 2001 e, para mais informações, acessar o site oficial da companhia aérea: www.voegol.com.br


Fonte: http://portaldodog.com.br/cachorros/noticias/gol-passa-a-transportar-caes-e-gatos-de-pequeno-porte-na-cabine-do-aviao/

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Por que os gatos ronronam?

 

Quem gosta de gatos está mais do que acostumado a escutar um som estranho, o ronronar do bichano, e muitas pessoas não sabem que ruído é este ou por que ele ocorre. Será que ele está doente ou precisando de alguma coisa? Será que está feliz? Segundo o biólogo Guilherme Domenichelli, do Zoológico de São Paulo, o ronronar é um processo normal do corpo dos felinos, usado para expressar sentimentos.

Segundo ele, o ronronar está diretamente ligado ao osso que os felinos têm na garganta, conhecido como hióide (semelhante ao existente na parte anterior do pescoço humano).
Assim como o miado, o ronronar é uma forma que os felinos usam para expressar seus sentimentos. "Os grandes felinos, como tigres, leões, leopardos e onças-pintadas, conseguem rugir em vez de ronronar ou miar, como fazem as espécies menores", informa.
"O ronronar acontece quando o animal puxa o ar para dentro, diferente do rugido, que é o momento em que o ar é expulso do corpo com bastante força", explicou.
Geralmente o gato ronrona quando expressa sensações de tranqüilidade, prazer e safisfação. Porém, também pode emitir o som, pela vibração das cordas vocais, quando está com raiva, dor ou fome.
Miado
Com um propósito semelhante ao do ronrono, o miado também é uma forma do gato indicar sofrimento, fome ou saudação. É comum os gatos domésticos miarem mais do que os selvagens, pois esta é a principal forma de eles chamarem a atenção dos donos.
Além de ter 100 tipos de vocalizações distintas, incluindo algumas que se assemelham com a linguagem humana, o miado emitido pelos machos é muito mais forte e grave do que o das fêmeas.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/educacao/vocesabia/interna/0,,OI2859615-EI8410,00.html

Projeto prevê dia de luto para servidor que perder o animal de estimação em Curitiba

Ideia é apoiada por especialista da psicologia que trabalha com animais
Projeto prevê dia de luto para servidor que perder o animal de estimação em Curitiba Félix Zucco/Agencia RBS
Foto: Félix Zucco / Agencia RBS
Chegar em casa após um dia de trabalho e ter alguém com o rabinho balançando esperando na porta é um privilégio de milhões de brasileiros. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é o quarto país no mundo com maior número de animais de estimação, somando 132 milhões. Foi pensando nesta afinidade entre homens e seus amigos peludos que o vereador de Curitiba João Galdino de Souza (PSDB) criou um projeto que prevê um dia de luto para quem perder o bichinho.
— É como se fosse um filho da gente. Um ente querido. Quem ama verdadeiramente o animal entende — comenta Galdino.

O texto propõe que servidores públicos que possuem cães e gatos possam optar por se ausentar ou não do trabalho um dia após a morte do animal. Para isso, os bichos precisam estar cadastrados na Rede de Proteção Animal do município e possuir um microchip de identificação. Segundo Galdino, a falta ao trabalho serviria tanto para encaminhar o enterro ou cremação, quanto para a recuperação do funcionário:
— Muitas pessoas vão trabalhar normalmente porque não podem faltar e ficam só chorando. Quem ama o animal não vai faltar por faltar.
Para psicóloga Ana Luisa Accorsi, especialista em intervenções assistidas por animais, a ideia de Galdino é uma saída para que os funcionários elaborem melhor o luto. Segundo ela, os vínculos entre humanos e animais, são estreitos porque os bichos oferecem amizade, amor e segurança sem julgamentos:

 Deve-se perceber que é perfeitamente natural a necessidade de conforto. A morte é um acontecimento que está para além do controle e o sentimento de profunda tristeza é normal, compreensível e comum. O sentimento da perda deve ser transformado, extravasado de forma sadia e não somatizado (se tranform em um problema físico)
A relação entre os animais e seus donos é muito benéfica aos homens, garante Ana Luisa. Por esta razão, a perda é muito dolorosa.

Ela sugere que pessoas que passem pela perda recebam apoio no ambiente de trabalho e possam ser ouvidas por um profissional, apoiando a proposta de Galdino:
— Não é exagerado, caso se identifique isso como necessário. No entanto, deve-se lembrar que cada pessoa passa por este momento de forma diferente. Talvez para alguns o fato de sair de casa e poder ir para o trabalho, pode até contribuir para reequilibrio emocional.

O dia de luto tem como objetivo dar espaço para os funcionários passarem pela dor sem sofrer julgamento.
— Ninguém é obrigado a amar os animais, mas devemos respeitar os sentimentos alheios, desacreditando na supremacia do humano em relação aos demais seres vivos — reforça Ana Luisa
O texto tramita na Câmara de Curitiba desde o dia 29 de setembro e seguirá para as comissões competentes para ser votado. Se aprovado, ele alteraria o Estatuto dos Funcionários Públicos Municipais de Curitiba, que prevê falta facultativa de oito dias em caso de falecimento de cônjuges, pais, filhos, avós, netos e irmãos.

Conhecido por militar pela causa animal, o vereador foi autor de um projeto para por fim no uso de cavalos em veículos de tração e outro para a criação de um hospital público veterinário no município.
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/noticia/2015/10/projeto-preve-dia-de-luto-para-servidor-que-perder-o-animal-de-estimacao-em-curitiba-4863157.html

terça-feira, 13 de outubro de 2015


Ter um animal de estimação traz alegria,
qualidade de vida e saúde


  • Para os humanos, a relação com seus animais de estimação é como um resgate da natureza

    Para os humanos, a relação com seus animais de estimação é como um resgate da natureza
Um casamento pode se desfazer em pouco tempo. Já a relação entre um humano e seu bicho de estimação, quase sempre, cumpre o "até que a morte os separe".  É assim há pelo menos 10 mil anos, desde que o homem domesticou cão e gato.  Aos poucos, tornaram-se companheiros inseparáveis e essa relação foi evoluindo ao longo do tempo.

Filmes como "Marley e Eu" e "Para sempre ao seu lado", que mostram o relacionamento entre os humanos e seus animais de estimação, não só foram sucesso de bilheteria como levaram plateias às lágrimas.

Hoje, pesquisas e estudos em todo o mundo demonstram que a convivência com os animais traz tranquilidade e bem-estar às pessoas.  Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal e atualmente com o programa "Missão Pet" no canal a cabo Nat Geo, vivencia de perto essa interação benéfica.

"Quando levamos cães em locais com pessoas doentes, em especial crianças, e  idosos, constatamos a alegria que trazem. A relação é muito diferente se há apenas humanos nas visitas", relata Rossi.

O zootecnista lembra-se, em especial, de um golden retriever. "Era muito interessante, porque ele sempre dava carinho e atenção à criança que mais parecia triste. Ficava do lado e, aos poucos, ela começava a brincar."

Uma extensão de si mesmo


Detento convive com gato em penitenciária dos Estados Unidos; segundo pesquisas, os felinos ajudam a trazer o lado sensível destes homens

    Rossi explica que, ao contrário dos visitantes que se comovem com as histórias e muitas vezes não conseguem dar força às crianças e velhinhos, os cães trazem leveza ao ambiente.  "Eles brincam, fazem algo engraçado e proporcionam momentos de muita descontração."

    Para quem perdeu a capacidade de se locomover, por acidente ou até mesmo pela idade avançada, estar perto de um animal é se realizar através dele. "Quando essa pessoa vê um cachorro brincando e correndo como louco, é como se fosse uma extensão dele", analisa Rossi.

    Além disso, para quem quer emagrecer, ter um cão é uma excelente pedida. Isso porque é necessário fazer passeios diários, assim, sem perceber, a pessoa está se exercitando. Sem contar que, no caminho, vai fazendo amizades e conhecendo gente nova.


    Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/09/17/ter-um-animal-de-estimacao-traz-alegria-qualidade-de-vida-e-saude.htm

    sexta-feira, 9 de outubro de 2015

    CÂMARA DE SP APROVA 'SAMU VETERINÁRIO' PARA CÃES E GATOS 08 OUTUBRO 2015

    Texto ainda depende de sanção do prefeito Fernando Haddad. Ideia é realizar campanhas em bairros e atender casos de emergência.
    SP samu veterinarioCachorro machucado aguarda atendimento em clínica. (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
    A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (7), em segunda discussão, um projeto de lei que institui o Serviço de Atendimento Médico Móvel Veterinário (Samuvet) para cães e gatos. Para virar lei, o projeto precisa ainda ser sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
    O projeto formulado em 2013 cria um serviço público municipal permanente de atendimento veterinário, controle populacional de cães e gatos e também educacional. O texto estabelece que o serviço deve ter ônibus, carreta ou truck-van para a realização de atendimento médico veterinário a cães e gatos, incluindo castração, microchipagem e vacinação, entre outros.
    Também prevê um veículo de apoio para casos de emergência, onde em casos mais graves os animais serão transportados para o hospital público veterinário e ou clinicas veterinárias conveniadas à Prefeitura.
    Será a Prefeitura que vai determinar o tipo e a quantidade de veículos necessários para colocar o serviço em prática.  O texto estabelece que cada  veículo contará com equipe composta por cirurgião, anestesista, assistente, motorista e educador.
    O Samuvet também deverá ser utilizado em campanhas onde for constatado maior número de animais e de população com baixa renda. A Prefeitura deverá avisar  a população com antecedência de 30 dias  sobre os locais em que o projeto Samuvet será realizado.
    Os tutores de animais que decidirem pela esterilização deverão ser cadastrados e receber senhas e informações sobre data, horário e local da cirurgia. O texto prevê que o animal deverá comparecer em jejum de 12 horas. 
    Segundo o projeto, o cadastro e o itinerário deverá estar disponível em site próprio, com programação, links e informações disponíveis a população municipal.


    quinta-feira, 8 de outubro de 2015

    A história do gato doméstico

    Qual é a origem dos nossos peludinhos ronronantes? A história do gato doméstico tem despoletado, em particular nos últimos anos, estudos que se debruçaram sobre o tema e nos permitiram conhecer melhor a origem destes pequenos felinos, bem como a sua história desde os primeiros passos junto aos seres humanos até ao domínio (propositadamente sem aspas) das nossas casas.
    Uma das primeiras questões que nos surgem quando pensamos na domesticação do gato é: porque motivo os domesticamos? Aparentemente, os gatos são os únicos animais que domesticamos sem termos uma razão explicita para o fazermos.
    Se verificarmos a história da nossa civilização, vemos que o ser humano domesticou vários animais para deles retirar benefícios essenciais à sua sobrevivência, fosse através do trabalho, da carne, do leite ou da lã.
    E fê-lo com animais que, em modo selvagem, já viviam em grupos com hierarquias bem definidas, uma estrutura que o ser humano aproveitou para chamar a si o estatuto de indivíduo alfa e controlar esses grupos.
    Ora, os gatos não contribuem para a sobrevivência do ser humano de nenhuma dessas formas e, exceptuando os leões, os felinos selvagens também não vivem em grupos hierárquicos nem respondem perante qualquer alfa – na verdade, os gatos não são propensos a obedecer ou a seguir ordens.
    Como todo o dono de gato sabe, ninguém é dono de um gato.
    Ellen Perry Berkeley
    Então, qual foi o nosso interesse inicial em domesticar os gatos? E será que nós realmente os domesticamos? Vamos explorar como tudo começou e perceber porque motivo se formou esta longa, bonita mas também atribulada, história entre seres humanos e gatos.

    A origem dos gatos domésticos

    Gato selvagem (Felis silvestris lybica)
    GATO SELVAGEM (FELIS SILVESTRIS LYBICA) | FOTOGRAFIA: ANTONY_J_JONES
    Anteriormente acreditava-se que a origem dos nossos gatos seria africana, como uma adaptação evolutiva do gato selvagem africano (Felis silvestris cafra) e que o povo egípcio teria sido o primeiro a domesticá-lo. Porém e como vamos ver de seguida, vestígios da presença de gatos noutras partes do globo e em datas anteriores aos achados egípcios (cerca de 4 mil anos atrás) vieram “reescrever a história”.
    Em 1983, no Chipre, arqueólogos descobriram uma mandíbula de gato datada de há 8 mil anos atrás. Dadas as incríveis semelhanças entre os esqueletos dos gatos domesticados e dos gatos selvagens, era difícil afirmar se os achados arqueológicos diziam respeito a um ou a outro.
    No entanto, também é pouco provável que alguém tivesse decidido levar gatos selvagens para a ilha, como referiu Desmond Morris no seu livro Catwatching: “um felino selvagem em pânico, a bufar e a arranhar seria o último companheiro de viagem que a tripulação quereria ter a bordo”. Então, é plausível que esses gatos já estivessem de alguma forma domesticados e habituados à presença humana.
    Humano e gato sepultados há 9.500 anos
    HUMANO E GATO SEPULTADOS HÁ 9.500 ANOS | IMAGEM: “EARLY TAMING OF THE CAT IN CYPRUS”, J.D.VIGNE, J.GUILAINE, K.DEBUE, K.HAYE E P.GÉRARD, EM SCIENCE, VOL.304; ABRIL, 2004
    A prova de domesticação mais convincente seria descoberta em 2004, também no Chipre. Jean-Denis Vigne, do Museu Nacional de História Natural de Paris, e a sua equipa, desenterraram um túmulo onde estavam sepultados, lado a lado, um ser humano de sexo desconhecido e um gato de cerca de 8 meses. Ambos os corpos se encontravam sepultados na mesma direção (oeste). Mais surpreendente foi a datação desses restos mortais: 9.500 anos, ainda mais antigo do que a descoberta de 1983.
    Uma vez que os gatos não são nativos das ilhas Mediterrâneas e portanto tiveram mesmo de ser transportados de barco, bem como o enterro de um ser humano e um gato lado a lado no mesmo túmulo, forneceram fortes evidências em como nessa altura as pessoas já tinham alguma relação especial e/ou intencional com os gatos.
    Em Junho de 2007, num estudo baseado em análises genéticas e publicado na revistaScience, os autores do mesmo afirmaram que os gatos domésticos tiveram todosorigem nos gatos selvagens do Médio Oriente (Felis silvestris lybica), num processo que especulam ter começado há 12 mil anos atrás – quase 3 mil anos antes da datação do gato encontrado sepultado com o “dono” no Chipre.
    A data coincide com o a expansão das primeiras sociedades agrícolas no Crescente Fértil do Médio Oriente, o que nos leva ao (provável) motivo pelo qual seres humanos e gatos deram início a esta jornada juntos.

    Os gatos fizeram-se convidados, e nós aceitamos

    A história do gato doméstico
    IMAGEM: GUARDIAN CATS
    “O que nós achamos que aconteceu foi que os gatos se domesticaram a si próprios” afirmou Carlos Driscoll, um dos autores deste estudo, ao Washington Post.
    Quanto os seres humanos eram predominantemente caçadores, os cães eram os melhores companheiros possíveis e assim se deu origem à domesticação do cão, muito antes da domesticação do gato. Quando nos começamos a fixar e a cultivar as terras, abriu-se uma janela de oportunidade para os gatos.
    Com a produção agrícola começaram a surgir ratos – que ameaçavam essa mesma produção – e os gatos terão basicamente ficado fascinados com a quantidade de presas (ratos) que haviam junto daquelas criaturas gigantes de aspeto estanho (humanos). Por consequência, os seres humanos da altura também terão ficado encantados com a capacidade de eliminação dos ratos por parte daqueles felinos em miniatura.
    Gato e presa (rato)
    FOTOGRAFIA: WIKIMEDIA COMMONS
    Uma relação simbiótica com tudo para dar certo. Os gatos fizeram-se convidados (já viu algum gato pedir permissão?) e nós aceitamos de bom grado.
    Naturalmente, é de supor que as pessoas terão dado preferência aos gatos mais mansos e sociáveis, procurando afastar das suas casas e propriedades aqueles que se revelassem mais agressivos, dando assim origem a criações seletivas de gatos cada vez mais afetuosos.
    Contudo, enquanto os restantes animais domésticos eram sustentados inteiramente pelo ser humano, os gatos continuaram a ter de se desenrascar sozinhos para sobreviver – na caça aos ratos e na procura de restos de comida – motivo pelo qual a sua independência e apurado instinto de caça permanece praticamente inalterado até aos dias de hoje.
    Não é por acaso que, regra geral, um gato na rua se parece conseguir desenrascar melhor do que um cão na mesma situação (sendo evidentemente uma situação indesejável para qualquer animal doméstico e que deve ser evitada a todo o custo). Os cães foram sujeitos a uma criação seletiva muito ativa e são hoje bastante diferentes dos seus ancestrais selvagens, enquanto que o gato mantém intactas praticamentetodas as características dos gatos selvagens, incluindo uma morfologia praticamente indistinguível.

    Uma relação ambivalente

    Excerto da obra de Edwin Longsden Long
    EXCERTO DA OBRA DE EDWIN LONGSDEN LONG “THE GODS AND THEIR MAKERS” DE 1898
    A convivência entre seres humanos e gatos nem sempre foi pacífica. A personalidade independente, a elegância os hábitos mais noturnos e solitários dos gatos despoletaram sentimentos mistos nas diversas culturas e épocas pelas quais passaram.

    À conquista das nações

    É bem conhecida a reverência e fascínio do povo do antigo Egito pelos gatos. Apesar de não terem sido os primeiros a “domesticar” os gatos como anteriormente se pensava, certamente tiveram um papel histórico fundamental na forma como os apreciamos e nos relacionamos com eles, tendo chegado a considerá-lo um animal divino.
    Deusa Bastet, em exposição no Museu Britânico
    DEUSA BASTET, EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU BRITÂNICO
    Mosaico da Deusa Bastet
    MOSAICO DA DEUSA BASTET | IMAGEM: ANCIENT HISTORY ENCYCLOPEDIA
    deusa egípcia Bastet era representada com a forma de um gato, à qual era atribuída uma personalidade afável e forte. Diversos templos foram construídos em sua honra e milhares de gatos foram mumificados, uma prática reservada às pessoas mais importantes, como por exemplo o próprio Faraó. Os arqueólogos descobriram um cemitério em Beni-Hassan que continha nada menos do que 300 mil gatos mumificados, o que significa que o povo egípcio fazia criação ativa de gatos domésticos.
    Os egípcios puniam com a pena de morte qualquer pessoa que ousasse matar um gato.
    Para protegerem os seus preciosos felinos, impuseram também leis que proibiam a exportação dos gatos para outros países. No entanto, esta proibição só tornou os gatos ainda mais valiosos, o que deu origem ao transporte clandestino das “raridades” para outros países, onde eram vendidos por um preço elevado. O assunto era tido como tão sério que foram criadas “delegações governamentais” cujo único propósito era encontrar os locais para onde os gatos tinham sido clandestinamente enviados e trazê-los de volta para o interior do Egito.
    Os destinatários eram os países banhados pelo Mar Mediterrâneo, que receberam os gatos provavelmente transportados em barcos fenícios.
    Na Pérsia, também começaram a ser venerados. Havia a crença de que quem matasse um gato preto, estaria a matar um espírito amigo, criado especificamente para fazer companhia ao Homem na sua passagem pela Terra.
    Na Grécia, os gatos não tiveram a mesma facilidade em ganhar o seu espaço junto das pessoas, pois os gregos já tinham o seu próprio controlador de roedores: as doninhas.
    Mosaico de Pompeia, soterrado pela erupção do Vesúvio em 79 d.C.
    MOSAICO DE POMPEIA, SOTERRADO PELA ERUPÇÃO DO VESÚVIO EM 79 D.C. | IMAGEM: ANCIENT HISTORY ENCYCLOPEDIA
    Na Roma antiga, os gatos tiveram um papel importante como animais caçadores e animais de companhia, embora fossem considerados mais um símbolo de independência do que um animal de utilidade – uma situação que se agravou depois de o Imperador Teodósio banir os cultos pagãos: a deusa Diana tinha a imagem de um gato e rituais ligados à lua, algo que começou a não ser bem visto.
    Ainda assim o Império Romano contribuiu para que os gatos formassem colónias em várias partes da Europa, pois viajavam com eles nos barcos enquanto os romanos expandiam o seu império.
    "Cats in the Garden" por Mao Yi, séc. XII
    “CATS IN THE GARDEN” POR MAO YI, SÉC. XII | IMAGEM: WIKIMEDIA COMMONS
    Na China, o gato era visto essencialmente como um animal de companhia para as mulheres. O brilho dos olhos dos gatos durante a noite passou a ser interpretado como um poder especial para afastar demónios.
    Xilogravura do artista japonês Tachibana Morikuni, de 1720
    XILOGRAVURA DO ARTISTA JAPONÊS TACHIBANA MORIKUNI, DE 1720
    No Japão, o gato foi oficialmente introduzido no ano 999 d.C, oferecido ao imperador Ichijo como presente de aniversário. O gato foi muito bem aceite na sociedade japonesa e os gatos tricolores passaram a ser os favoritos, símbolos de sorte e prosperidade. Era proibido por lei meter um gato dentro de uma jaula ou vendê-lo.
    O gato doméstico terá chegado à América a bordo dos navios de Cristóvão Colombo e outros navegadores, chegando mais tarde (por volta do séc. XVII) à Austrália ao viajarem junto dos colonizadores europeus.

    A perseguição religiosa

    O estatuto que os gatos tinham conquistado junto das pessoas, mudou drasticamente na Europa Medieval.
    Os seus hábitos noturnos, personalidade enigmática, olhos brilhantes e caminhar silencioso diferenciavam o gato de qualquer outro animal e, numa Europa dominada pela Igreja Católica e assustada pelo aparecimento da peste negra (que se acreditava ter sido um castigo enviado por Deus) fizeram com que as pessoas começassem a associar os gatos a espíritos malignos, bruxaria e cultos satânicos.
    Ilustração do séc. XVII associando os gatos às bruxas
    ILUSTRAÇÃO DO SÉC. XVII ASSOCIANDO OS GATOS ÀS BRUXAS
    "A Poção do Amor", pintura de Evelyn de Morgan em 1903, com uma bruxa e um gato preto
    “A POÇÃO DO AMOR”, PINTURA DE EVELYN DE MORGAN EM 1903, COM UMA BRUXA E UM GATO PRETO
    O Papa Gregório IX, no séc. XIII, deu início a uma perseguição aos gatos que perduraria durante séculos. Numa Bula Papal de 1233, condenou o gato preto como criatura diabólica dando a sua bênção à tortura e à morte dos felinos.
    Os Papas Inocêncio VII (1339-1406) e VIII (1432-1492) continuaram a incentivar ativamente a perseguição aos gatos e a instruir os inquisidores a queimarem sempre os gatos vivos juntamente com as alegadas bruxas, nas fogueiras do Santo Ofício.
    Aparentemente, a única coisa que podia salvar um gato preto da fogueira naquela altura, era possuir uma mancha de pêlo branco, independentemente do tamanho ou do lugar no corpo em que se encontrasse. Era considerada uma marca dos anjos e um sinal de que aquele gato, em particular, não deveria ser sacrificado.
    Sobre esta época tormentosa, Desmond Morris escreveu:
    Como os gatos eram vistos como maléficos, todos os tipos de poderes assustadores lhes foram atribuídos pelos escritores da época. Diziam que os seus dentes eram venenosos, a sua carne tóxica, o seu pêlo letal (causaria asfixia se acidentalmente engolido) e o seu hálito infecioso, destruindo os pulmões e provocando consumo (NR: um dos nomes dados naquele tempo à tuberculose, devido à abrupta perda de peso dos infetados).
    A “paranóia” com os gatos foi tão longe que nem as publicações supostamente credíveis melhoravam a situação, bem pelo contrário, como continua a descrever Desmond Morris:
    Até mesmo em 1658, Edward Topsel, num trabalho sério de história natural [escreveu]: os familiares das bruxas aparecem geralmente na forma de gatos, o que atesta em como esta besta é perigosa para o corpo e a alma.
    Ironicamente, o massacre dos gatos nos rituais cristãos parece ter contribuído largamente para a disseminação da peste negra, transportada pelos ratos que ficaram praticamente sem inimigos naturais. A peste negra acabou por matar cerca de 75 milhões de pessoas, um terço de toda a população da época.
    A perseguição aos gatos só teve fim durante o reinado de Luís XIV (1643-1715), Rei de França.

    Um regresso triunfal

    Winston Churchill acaricia Blackie, o gato oficial do navio HMS Prince of Wales
    WINSTON CHURCHILL ACARICIA BLACKIE, O GATO OFICIAL DO NAVIO HMS PRINCE OF WALES | FOTOGRAFIA:WIKIMEDIA COMMONS
    Os gatos vieram a recuperar a sua reputação quando começaram a acompanhar as tripulações nos navios, ajudando a manter os alimentos dos marinheiros a salvo dos roedores.
    Mais tarde, devido ao seu tamanho pequeno, hábitos de higiene, beleza, agilidade e afetuosidade, começaram a ser vistos como animais finos e a oferecerem uma boa reputação social aos seus donos.
    Gato persa azul apresentado à Rainha Vitória de Inglaterra
    GATO PERSA AZUL APRESENTADO À RAINHA VITÓRIA DE INGLATERRA
    A Rainha Vitória de Inglaterra (1819-1901) começou a interessar-se por gatos à medida que iam sendo divulgadas as descobertas arqueológicas no Egito sobre a adoração que aquele povo tinha pelos pequenos felinos. Por esta altura estavam a ser publicadas e catalogadas todas as gravuras e estátuas da deusa Bastet recuperadas pelos arqueólogos e a consequente associação do gato a reinados e divindades.
    A Rainha decidiu então adotar dois persas azuis, que tratou como elementos da sua corte. Sendo uma Rainha popular, a adoção dos gatos rapidamente virou moda e chegou ao Estados Unidos através da revista mais popular da época, Godey’s Lady’s Book (1830-1878). Num artigo da revista publicado em 1860, era afirmado que os gatos não se destinavam apenas ás pessoas mais idosas ou a monarcas, mas que toda a gente se deveria sentir confortável em abraçar o “amor e a virtude” do gato.
    Pouco depois, em 1871 realizou-se a primeira exposição de gatos, no Crystal Palace em Londres. Em 1895, toda a avenida de Madison Square Garden, em Manhattan, recebia com grande entusiasmo e popularidade a primeira exposição de gatos nos EUA.
    A história do gato doméstico
    FOTOGRAFIA: WIKIMEDIA COMMONS
    Hoje em dia, os gatos são presença assídua nas nossas casas e companheiros inseparáveis das nossas vidas.
    Existem mais de 600 milhões de gatos a viver entre nós, o que já fazem deste oanimal de estimação mais popular em todo o mundo.
    Fonte: http://www.mundodosanimais.pt/gatos/historia-domesticacao-do-gato/